2010-02-24

COLECTIVO REGIONAL DO PORTO REÚNE NA PRÓXIMA QUINTA-FEIRA, DIA 25 DE FEVEREIRO

Reúne na próxima quinta-feira, dia 25 de Fevereiro, o Colectivo Regional do Porto do Partido Ecologista “Os Verdes”, na sua sede do Porto. Esta reunião tem como principais objectivos fazer a análise da situação eco-política nacional, com especial incidência no Distrito do Porto, e iniciar os trabalhos preparativos para o próximo Conselho Nacional do PEV.
“Os Verdes” darão conta das conclusões da reunião em conferência de imprensa.
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
25 de Fevereiro – 5ª feira – 20.30h - SEDE DO PORTO
(Travessa dos Congregados, nº17-A, Sala 21, 2º)

2010-02-12

“OS VERDES” ACUSAM A EDP E O GOVERNO DE FALTA DE PUDOR E DE PROMISCUIDADE NO PROCESSO DA BARRAGEM DO TUA


O Partido Ecologista “Os Verdes” considera escandalosa a falta de pudor do Governo e da EDP no que diz respeito ao processo que está a decorrer referente à possível construção de uma barragem na Foz do Tua. O Governo escolheu a véspera da data do primeiro acidente na Linha do Tua, dia 11 de Fevereiro, para publicar uma Portaria relativa às albufeiras que abrange também a albufeira do Tua.
Num país onde muita legislação, após anos de publicação continua por regulamentar, desta vez temos - uma situação inédita - uma Portaria que é publicada referindo-se a uma albufeira que ainda não existe e cuja barragem que poderá vir a dar-lhe origem ainda não foi definitivamente adjudicada e poderá vir a não o ser.
Por seu lado, a EDP escolheu exactamente o dia de hoje, data do acidente da Linha do Tua, para contactar proprietários de terrenos e de casas que poderão vir a ser submersas para lhes anunciar a marcação dos seus terrenos ao nível da cota de submersão.
O PEV considera que a escolha destas datas para as iniciativas da EDP e do Governo e a coincidência com a data do acidente não foi fortuita e traduz uma atitude despudorada para com as populações do Vale do Tua que têm demonstrado a sua rejeição a este projecto e uma provocação para todos os opositores à Barragem.
A EDP e o Governo tentam, com estas iniciativas, fazer passar a barragem como um facto consumado e, com estas atitudes provocatórias, desanimar todos os que se têm empenhado na luta contra a construção desta barragem.
Para “Os Verdes”, até ao lavar dos cestos ainda é vindima e, como tal, vão continuar empenhados na luta contra a construção desta barragem que é um atentado ao património cultural e natural do nosso país.
Gabinete de Imprensa de “Os Verdes”
Lisboa, 12 de Fevereiro de 2010

PEV Questiona Governo sobre cinzas perigosas na Tapada do Outeiro

O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar "Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que pede esclarecimentos ao Governo, através dos Ministérios do Ambiente e Ordenamento do Território sobre a existência de cinzas perigosas no aterro da Central Termoeléctrica da Tapada do Outeiro e a possibilidade de terem como destino um aterro para resíduos inertes.

PERGUNTA:

As cinzas, potencialmente perigosas, que estão no aterro da Central Termoeléctrica da Tapada do Outeiro, podem vir a ter como destino um aterro para resíduos inertes, sem que para tal tenha sida feita uma adequada caracterização.

Esta situação surgiu na sequência da necessidade de remoção de parte do aterro desta central, devido à construção da auto-estrada A41/IC24, em Gondomar, da responsabilidade da empresa Douro Litoral, ACE, consórcio liderado pela Brisa.

A Douro Litoral encomendou um estudo de caracterização que conclui que os resíduos contidos no aterro desta central podem ser classificados como inertes e, por conseguinte, serem depositados num aterro com a mesma categoria.

A Quercus, contudo, veio já alertar para que o estudo não terá sido feito de acordo com as normas técnicas adequadas. A associação assinalou em comunicado que, numa área de milhares de metros quadrados e com um volume superior a 200000 metros cúbicos, foram somente recolhidas duas amostras, não obedecendo a qualquer tipo de norma, a 50 centímetros de profundidade e, como refere o estudo, com muita terra vegetal e raízes de plantas.

O aterro da Central Termoeléctrica da Tapada do Outeiro recebeu, durante décadas, milhares de toneladas de cinzas resultantes da queima de carvão e fuelóleo para a produção de energia eléctrica. Segundo a Lista Europeia de Resíduos, o processo térmico de produção de energia ao queimar fuelóleo produz um resíduo perigoso (Código LER: 100104* Cinzas volantes e poeiras de caldeira da combustão de hidrocarbonetos).
A Brisa adiantou já à comunicação social que os resíduos até aqui depositados no aterro da Tapada do Outeiro já começaram a ser removidos para um local de depósito licenciado para o tipo de resíduo que está a ser retirado, não esclarecendo porém se o destino das cinzas é um aterro de inertes ou uma instalação destinada a produtos perigosos. A REN - Rede Eléctrica Nacional, anterior proprietária do terreno expropriado para a construção da auto-estrada, remeteu qualquer esclarecimento sobre o destino dos resíduos ali depositados para a concessionária Douro Litoral. Já a EDP limitou-se a informar a comunicação social que os terrenos em causa são propriedade da REN.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território me possa prestar os seguintes esclarecimentos:


1. Tem o Ministério conhecimento do local de destino dos resíduos em causa? Qual é?
2. Considera o Ministério que estes resíduos têm como destino adequado um aterro de inertes?
3. O Ministério vai tomar alguma medida no sentido de que se proceda a uma adequada caracterização dos resíduos? Qual?
4. O Ministério vai tomar que medidas no sentido de assegurar um adequado destino para estes resíduos?



2010-02-11

ORÇAMENTO ESTADO 2010



INTERVENÇÃO DE ENCERRAMENTO NO DEBATE NA GENERALIDADE DO OE/2010, FEITA PELO DEPUTADO JOSÉ LUÍS FERREIRA DO GRUPO PARLAMENTAR "OS VERDES", HOJE, NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

No encerramento do debate na generalidade do Orçamento de Estado para 2010, a primeira referência que cabe aqui fazer, tem a ver com o caminho que o Governo escolheu para assegurar a aprovação deste orçamento.
Tem a ver com a opção política do governo, na escolha dos parceiros, porque a opção quanto ao conteúdo do orçamento e às politicas que dai decorrem, estavam já, mais que definidas.
Muito provavelmente foram apenas necessários alguns pequenos ajustes.
O Governo que começou por conversar com quase todos os Grupos Parlamentares da oposição, depressa deixou pelo caminho os Partidos á sua esquerda.
Para negociar com a esquerda teria de mudar a politica, confessou ontem o Sr. Primeiro Ministro. E isso era muito aborrecido, acrescentamos nós.
Assim, foi mais fácil. O orçamento também agrada á direita e portanto as coisas estão, desta forma, facilitadas.
E não é só o Partido Socialista e a direita que ficam satisfeitos com este Orçamento.
Também os Bancos e os grandes grupos económicos encontram motivos para satisfação, porque têm assim a garantia de continuarem na cavalgada dos fabulosos lucros que, mesmo em tempos de crise, têm vindo a apresentar.
Só nos primeiros 9 meses de 2009, os 5 maiores bancos acumularam lucros superiores a 1,6 milhões de euros.
E a insensibilidade social, ou a imoralidade, que tem vindo a reinar, vai, pelos vistos, prolongar-se no tempo, já que este orçamento ao mesmo tempo que garante a estabilidade dos lucros para o sector financeiro, impõe a redução dos salários, menos emprego e menos apoios sociais, para a generalidade das pessoas.
Trata-se de um Orçamento que assume a continuidade de uma política vazia e oca, no que diz respeito a uma estratégia de desenvolvimento.
Que se mostra incapaz de combater o maior problema com que nos deparamos actualmente, o desemprego, e que atinge mais de 700 mil cidadãos.
E sobre este problema grave, o Governo, dá um mau exemplo, e um exemplo de mau gosto.
Em jeito de uma espécie de politica franciscana, do “olha para o que eu digo e não olhes para o que eu faço”, o Governo retoma a formula na Administração Pública, do saiem dois e entra um.
Um orçamento que impõe o congelamento dos salários aos funcionários públicos mais mal pagos da Europa.
Provocando uma diminuição real dos salários, daqueles que perderam nos seus escalões mais baixos, em média, cerca de 4% do poder de compra real, nos últimos 10 anos. Que ao invés de apostar mais na acção social escolar, procura desresponsabilizar o estado das suas funções, como se constata com a criação do sistema de garantias de empréstimo bancário aos estudantes.
Que não procura combater de forma eficaz a fuga e a evasão fiscal.
Que teima em não proceder á tributação generalizada das mais-valias e insiste na concessão de benefícios fiscais ilegítimos.
Que se basta com a parca tributação efectiva do sector financeiro e dos seus muitos milhões de euros de lucros.
Ao mesmo tempo que permite o alastrar dos níveis de pobreza e a persistência de um dos maiores níveis de desigualdade social e de distribuição de riqueza da União Europeia.
Um orçamento que encolhe o investimento público.
E que através do aumento da cativação, transforma o investimento real disponível para 2010, inferior em cerca de 100 milhões de euros, relativamente ao investimento de 2009.
É mais que visível, a quebra generalizada do PIDDAC, muito perto dos 25% quando comparado com o montante executado no ano passado, caindo assim para o nível mais baixo dos últimos oito anos.
E ao mesmo tempo que o PIDDAC emagrece, as parcerias publico-privadas, engordam.
Na saúde crescem 60%, na ferrovia crescem mais de metade e na rodovia aproxima-se da duplicação.
Como consequência temos o acentuar da desorçamentação e a respectiva dificuldade de fiscalização por parte desta Assembleia, relativamente aos contratos que o Estado vai assinando com os privados, questão que, aliás, tem sido levantada pelo Tribunal de Contas.
Mas mesmo magro o PIDDAC poderia contribuir para combater as assimetrias regionais. Mas nem isso.
Os distritos do interior assistem a uma substancial redução, fomentando ainda mais a desertificação do interior.
Relativamente ao ambiente, confirma-se que o governo continua a ver nesta área o parente pobre em termos orçamentais. As verbas continuam a cair.
De 2009 para 2010,o total consolidado passa de 581,2 milhões de euros para 330,4 milhões.
E nem o facto de estarmos no ano internacional da biodiversidade teve algum peso ou relevância na ponderação do Governo.
As verbas destinadas á Conservação da Natureza continuam a cair de forma abismal. Só de 2009 para 2010, caiem cerca de 5%.
O ICNB tem hoje uma verba que corresponde a metade da verba que tinha hà 7 anos atrás.
Cortes sucessivos, que nos dão a clara dimensão da importância que as áreas protegidas e a conservação da natureza revestem para o Governo.
Quanto á agricultura, tendo-se verificado atrasos substancias na definição e aplicação do PRODER, nos últimos três anos, seria de esperar que este ano se procurasse recuperar o atraso desse período, nomeadamente no que toca aos investimentos nas exportações.
Mas não, com uma dotação de apenas 600 milhões de euros para o PRODER, o que iremos ter é um potencial desperdício de verbas comunitárias destinadas á Agricultura Portuguesa.
Assistimos assim a uma total incapacidade do Governo para inverter a situação vivida na nossa agricultura, que devia ser encarada como um sector estratégico e que através da sua modernização poderia fomentar o desenvolvimento rural, criar e manter de forma sustentada, postos de trabalho e caminhar para a nossa soberania alimentar.
Estamos portanto, na nossa perspectiva, perante um mau orçamento.
Um mau orçamento porque vai contribuir para agravar o custo de vida e o aumento das desigualdades sociais
Um mau orçamento porque vai acentuar as assimetrias regionais e obrigar as autarquias a adiar projectos necessários e indispensáveis ao desenvolvimento local e ao bem-estar das populações.
Um orçamento, baseado, como outros o foram no passado, em previsões de receitas fiscais, de crescimento e de inflação de duvidosa sustentabilidade, e cuja única certeza é aquela que os trabalhadores conhecem desde há anos: a contenção salarial.
Por fim, dizer que os contornos que envolveram a elaboração deste orçamento de Estado, foram tão nebulosos que chegamos a esta fase, sem saber, se este é o orçamento do Bloco Central, alargado ao CDS/PP, ou se é o orçamento da AD, alargado ao Partido Socialista.
Seja como for, resta-nos a certeza de estarmos perante um orçamento de continuidade com as politicas do passado e cujos resultados, infelizmente, todos conhecemos.
E porque se conhecem os resultados dessas politicas, “Os Verdes” vão votar contra.

AMANHÃ DIA 12 DE FEVEREIRO TERÃO PASSADO TRÊS ANOS SOBRE O PRIMEIRO ACIDENTE NORTAL NA LINHA DO TUA

“OS VERDES” DEFENDEM QUE O RECONHECIMENTO DO VALOR PATRIMONIAL DA LINHA DO TUA É A MELHOR FORMA DE HOMENAGEAR OS MORTOS POR ACIDENTE

O dia de amanhã, 12 de Fevereiro, marcará o início de um período negro para a linha ferroviária do Tua, com a ocorrência, há três anos atrás, do primeiro dos quatro acidentes que serviram de pretexto ao seu encerramento.

Três anos volvidos sobre este primeiro e trágico acidente que lamentavelmente ceifou a vida a três ferroviários da empresa Metro Mirandela e feriu dois passageiros, e após a ocorrência de outros três, um dos quais gerou mais uma vítima mortal, muito continua ainda por esclarecer. E se os inquéritos realizados aos mesmos apontaram algumas dúvidas e debilidades em matéria de segurança decorrentes do abandono ao qual foi votada a linha, não conseguiram, no entanto, dissipar o mau estar gerado pela coincidência destes acidentes com a ameaça sobre o futuro da linha, decorrente da construção da Barragem da Foz do Tua. É bom relembrar que ao longo dos 121 anos de funcionamento desta linha, poucos acidentes ocorreram e sem grande gravidade.

Para o Partido Ecologista “Os Verdes”, passados estes três anos, muito ainda fica por esclarecer, nomeadamente a responsabilidade política pelas debilidades de segurança detectadas nos inquéritos, decorrentes do abandono desta linha, que é também símbolo do abandono das linhas ferroviárias do interior, nomeadamente na região de Trás-os-Montes.

Para “Os Verdes”, os acidentes do Tua não podem ser o pretexto para o encerramento desta linha nem podem servir para aliviar a consciência e a responsabilidade política da decisão de construção da Barragem na Foz do Tua. Barragem cuja construção, caso venha a ser definitivamente aprovada, irá levar à submersão de uma parte da linha e à sua morte irremediável, deixando as populações do Vale do Tua sem este património, com o qual se identificam plenamente, tal como o revela o próprio Estudo de Impacte Ambiental da Barragem.

Para “Os Verdes”, a melhor forma de homenagear as vítimas da Linha do Tua, é reconhecer o valor patrimonial desta linha ferroviária, obra-prima da engenharia portuguesa e do património ferroviário nacional.

Por isso, “Os Verdes” não desistem de lutar por este reconhecimento e nesta data, como forma de homenagear as vítimas dos acidentes no Tua, vão entregar na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República, uma proposta com carácter de urgência para a vinda da Ministra da Cultura para que esta esclareça a posição deste Ministério em relação a este património que integra a área do Alto Douro Vinhateiro, classificada pela UNESCO, como Património da Humanidade.

O Partido Ecologista “Os Verdes”
11 de Fevereiro de 2010

2010-02-09

BARRAGENS - APROVADA PROPOSTA DE “OS VERDES” PARA VINDA DA MINISTRA DO AMBIENTE À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Foi hoje aprovada a proposta de “Os Verdes” para a vinda de Dulce Pássaro à Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da Assembleia da República para ser confrontada e prestar esclarecimentos sobre o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico.

Esta é mais uma iniciativa do PEV no sentido de levar o Governo a prestar os devidos esclarecimentos sobre uma matéria que este considera de interesse nacional mas que nunca levou, por sua iniciativa, à Assembleia da República para explicações.
Para “Os Verdes”, torna-se cada vez mais premente que o Governo esclareça as razões desta opção - contestada por todo o movimento ecologista e por inúmeras entidades nacionais e agora posta em cheque pela Comissão Europeia - cujos impactos gravíssimos e irreversíveis começam agora a tornar-se cada vez mais óbvios, com a apresentação dos estudos de impacto ambiental dos empreendimentos, nomeadamente da Barragem do Tua e do Fridão.
“Os Verdes” relembram ainda que entregaram ontem no parlamento um Projecto de Resolução que visa prolongar o período de consulta pública da Barragem do Fridão até que esteja concluído o Processo de Investigação da Comissão Europeia ao Programa Nacional de Barragens.
O Gabinete de Imprensa de “Os Verdes”

2010-02-05

MONDIM DE BASTO“OS VERDES” PARTICIPAM EM DEBATE PÚBLICO SOBRE BARRAGEM DO FRIDÃO



“Barragem do Fridão – Que Desenvolvimento irá trazer para Mondim de Basto?”.
No quadro da discussão pública sobre a construção de barragens no Tâmega, os dirigentes nacionais do Partido Ecologista “Os Verdes”, Manuela Cunha e Joaquim Correia, participam Amanhã - 6 de Fevereiro – 15H00 na Escola EB 2,3/Secundária de Mondim de Basto, a convite da Junta de Freguesia de Mondim de Basto, num debate público sobre a Barragem do Fridão,

Partido Ecologista "Os Verdes"

2010-02-02

GRANDES INTERESSES ECONÓMICOS CHUMBAM INICIATIVA DE “OS VERDES” QUE VISAVA SUSPENSÃO DAS BARRAGENS




Os votos contra do PS, PSD e CDS que levaram ao chumbo do Projecto de Resolução do PEV que visava a suspensão do Programa Nacional de Barragens é, para “Os Verdes”, a prova e demonstração clara de que a união entre estes 3 defensores dos grandes interesses económicos não se faz só no Orçamento de Estado mas também em todas as matérias que possam ameaçar os interesses económicos de certos sectores, neste caso concreto, os interesses das grandes empresas hidroeléctricas.

Fica ainda claro que estes partidos sobrepõem esses interesses a qualquer outro interesse nacional ou regional, nomeadamente aos interesses das populações e do desenvolvimento e também aos imperativos de ordem ambiental.

Para o PEV, o PS ao chumbar este Projecto perdeu uma grande oportunidade de demonstrar que o desenvolvimento pode ser compatível com a seriedade técnica e científica e com o ambiente e que há matéria que o Governo tem considerado de relevante interesse nacional deve ser devidamente ponderada pela sociedade portugues, nomeadamente pela Assembleia da Republica. Tal como a Deputada Heloísa Apolónia relembrou no debate desta iniciativa, o PNB só tem vindo à AR por iniciativa do PEV e nunca por iniciativa governamental.

Por outro lado, esta foi também uma perda de oportunidade para repensar uma proposta que foi alvo de inúmeras críticas, não só em Portugal, como também da própria Comissão Europeia. Tal como a Deputada Heloísa Apolónia relembrou, a avaliação estratégica não foi cumprida e os impactos gravíssimos e irreversíveis deste projecto e dos respectivos empreendimentos, tanto a nível económico e social, como a nível ambiental, continuarão por avaliar.

“Os Verdes” consideram ainda da maior hipocrisia as críticas e “preocupações” expressas pelo PS, PSD e CDS ao Programa Nacional de Barragens durante o debate na Assembleia da República, quando posteriormente, no momento da votação, onde poderiam passar do discurso à acção, anulam essa oposição com o seu voto contra, inviabilizando a suspensão do Programa. As críticas expressas têm um único objectivo: conter o descontentamento de alguns dos seus eleitores e autarcas que, nas zonas de implementação dos projectos, nomeadamente no Tua e no Fridão, se confrontam com os problemas concretos decorrentes dos mesmos.

O chumbo deste projecto não impedirá “Os Verdes” de continuarem, por todos os meios legítimos que estiverem ao seu alcance, a lutar em defesa dos direitos das populações, do nosso património natural e ambiental e por uma política energética que não se incompatibilize com o ambiente.

E desde já, “Os Verdes” aguardam pela resposta ao requerimento que apresentaram logo após a vinda da Ministra do Ambiente, a 28 de Dezembro do ano passado, a solicitar a resposta dada pelo governo português à Comissão Europeia, relativa às críticas feitas por esta ao PNB. “Os Verdes” aguardam também a vinda do Ministro das Obras Públicas à comissão parlamentar para responder sobre a questão da Linha do Tua e também da Ministra do Ambiente à respectiva comissão para responder sobre o PNB, vinda que foi requerida pelo PEV e não pelo PSD, tal como este partido afirmou em plenário da Assembleia da República.

29 de Janeiro de 2010